terça-feira, 18 de agosto de 2009

Máscaras...


Num outro blogue que tive falei uma vez sobre máscaras. Quantas máscaras possuímos? Quantas máscaras escondemos debaixo de outras máscaras? É impossível não se ter máscaras e eu sinto que ao longo da minha vida andei sempre com uma. A única que me era permitida e obrigada ter: a máscara dos sentimentos! Esconder ao máximo o que nos vai na alma. Por defesa, por instinto de sobrevivência, por hábito. Hoje ao fim destes anos todos já não sei viver sem essa máscara. Umas vezes grito tão alto para dentro que me sinto a ensurdecer e ao mesmo tempo é tão grande o silêncio que sai da minha boca que enlouqueço. A minha máscara tornou-se numa espécie de armadura onde nada me atinge, nada me pode tocar, nada transparece em mim. Sinto-me confortável com ela, porque criei uma zona de conforto dentro de mim mesma. Sinto-me intocável quando gostaria de ser tocada. Se tenho receio em deixá-la cair? Claro que sim! Seria o mesmo que andar nua no meio da rua. Já está tão colada a mim que se confunde com a minha própria pele. Escondo apenas o que sinto de negativo, não os sentimentos que tenho para com quem amo, para com as pessoas mais importantes para mim, para com as pessoas que eu deixo aproximarem-se de mim. Não são muitas é verdade e são tão poucas, ou quase nenhumas, aquelas que entram dentro de mim e que sabem o que escondo com um simples olhar.
Não sei porque hoje me sinto assim, ou talvez saiba e finja, mais uma vez, que não me atinge, porque, ora lá está, nada me atinge e eu sou mil vezes superior a isso. Mas a verdade é que dói e dói muito. E ao dizer isto, ao admiti-lo sinto-me muito melhor. É como se tivesse gritado, mas desta vez com o maior som que pudesse reproduzir. Gostaria de poder gritar mais vezes, mas é algo que dificilmente poderei mudar em mim. A máscara está colada a mim como se da minha própria pele se tratasse.
Obrigada por este pequeno desabafo. Obrigada por me lerem e por saber que posso contar com o vosso silêncio. Obrigada por me aceitarem nesta forma calada que tenho de viver os meus sentimentos. Obrigada por nunca me questionarem. Obrigada!

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